APARTHEID: MORRE EX-CHEFE DO VLAKPLAAS

Dirk Coetzee, uma das figuras mais notórias da era da África do Sul do apartheid, morreu de insuficiência renal nesta quinta feira aos 57 anos de idade em Pretória. Coetzee co-fundou e dirigiu o Valkpass, uma unidade secreta de inteligência da polícia Sul-Africana localizada numa fazenda que deu nome à unidade, que estava envolvida nos assassinatos de muitos ativistas anti-apartheid. Segundo relatos mais de 1000 pessoas “sumiram” na fazenda.

O ex-dirigente foi o primeiro alto funcionário da temida polícia secreta a confessar os assassinatos e abusos de que participou. Em 1997, foi anistiado pela Comissão da Verdade e a Reconciliação, uma instituição dedicada a examinar e divulgar – sem espírito de revanche – os horrores cometidos na África do Sul racista entre 1960 e 1993.

Fonte: BBC
Link para a notícia: http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-21700040

Tá bom. Mas o que é esse tal de apartheid?

O apartheid era uma política de segregação racial e de organização territorial que foi aplicada de forma sistemática na África do Sul; esta política vigorou oficialmente no período entre os anos de 1948 e 1994.

O controle político era exercido pelos brancos descendentes dos colonizadores ingleses e holandeses, que separaram as raças no âmbito jurídico (brancos, asiáticos, mestiços ou coloured, bantus ou negros), estabelecendo uma hierarquia em que a raça branca dominava o resto da população e, no plano geográfico, mediante a criação forçada de territórios reservados: os Bantustanes. Daí vem a razão do termo “apartheid”, que significa separação em africâner.

Entre as principais leis do apartheid, podemos citar:
– Proibição de casamentos entre brancos e negros – 1949.
– Obrigação de declaração de registro de cor para todos sul-africanos (branco, negro ou mestiço) – 1950.
– Proibição de circulação de negros em determinadas áreas das cidades – 1950
– Determinação e criação dos bantustões (bairros só para negros) – 1951
– Proibição de negros no uso de determinadas instalações públicas (bebedouros, banheiros públicos) – 1953
– Criação de um sistema diferenciado de educação para as crianças dos bantustões – 1953

É importante lembrar que práticas racistas já existiam na região desde a chegada dos colonizadores europeus nos séculos XVII e XVIII.

A partir da década de 1960 a África do Sul começou a receber uma série de condenações internacionais, tais como:
– Exclusão da Commonwealth of Nations (Comunidade das Nações) em 1960.
– Recebeu várias sanções da ONU.
– Exclusão de toda delegação sul-africana nos Jogos Olímpicos de Berlim em 1972.

Nelson Mandela: O maior símbolo da resistência anti-apartheid.

Pode-se dizer que o sistema de segregação teve fim em 1994 com a eleição de Nelson Mandela depois de passar 27 anos preso para o cargo de presidente da África do Sul, mas o passo inicial para esta mudança foi dado em 1991, quando o presidente Frederik de Klerk, depois de várias negociações com os representantes das diversas comunidades étnicas do país, pôs fim a diversas leis racistas. Daí em diante, a população negra recuperou seus direitos civis e políticos.

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